
No que diz respeito ao design, é possível que a Tinta da China seja a editora portuguesa mais particular das últimas duas décadas. Desde os primeiros livros, e graças sobretudo ao talento de Vera Tavares, criou um lugar só seu, tão distante dos tiques da edição independente como da mais comercial.
Não se pode dizer que a Tinta da China seja influente porque ninguém a imita. Nem sequer aparecem más cópias. Penso que isso se deve ao facto de Tavares ser alheia às tendências e também aos vícios do design de livros português. Pensa o design dos livros como uma ilustradora, enquanto a maioria dos designers tendem a confundir tipografia e sobretudo impressão com design. Tavares trouxe por vias inesperadas o desenho de volta ao design numa época onde os dois se isolaram. Talvez por isso, consegue ser respeitada mas não imitada. Nos tempos que correm, seria preciso deixar de ser designer para a copiar.
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