
Público pronunciou-se finalmente sobre os problemas da História do Design Gráfico em Portugal, de José Bártolo. (Reproduzimos em imagem o mail enviado aos leitores que compraram a colecção online.)
Escrevemos num post prévio que esses problemas comprometiam irremediavelmente a obra. O Público dá-nos razão ao anunciar que os volumes 1 e 2 serão «reimpressos» e «republicados» – ou seja, vão fazer uma segunda edição e retirar sem alarido a primeira de circulação.
A decisão derruba por implicação vários contra-argumentos entretanto avançados pelo responsável pela colecção: nem estes problemas podem ser resolvidos apenas com uma errata, nem estava previsto que as referências bibliográficas problemáticas fossem dadas no volume nove (ainda por lançar neste momento).
Por outro lado, o esclarecimento não esclarece quase nada. Nós enviamos para o Público oito «problemas graves» de «recurso deficiente às regras de citação». Em consequência, a distribuição da colecção foi suspensa. Na ocasião, o Público justificou-se numa breve nota no jornal impresso de 10 de Dezembro e na sua versão em pdf. Atribuía a interrupção a «motivos de força maior que não […] são imputáveis» ao jornal (essa nota não tem link disponível.)
Oito «motivos de força maior» e «problemas graves» levam à suspensão de uma obra, e têm como consequência a reescrita e reedição de dois dos seus volumes. Isso chega para fazer uma notícia?
Quais são os «problemas graves»? O que significa «recurso deficiente às regras de citação»? O Público encontrou mais ocorrências para além das que lhe comunicámos? Houve mais queixas? Só os volumes nos quais apontámos «problemas graves» vão ser reeditados; o Público avaliou os restantes? (Entretanto, também encontrámos situações semelhantes noutros volumes).
O Público falhou na sua missão. Como jornal e como instituição. Não expôs aos seus leitores os pormenores de um caso que ele próprio admite ser grave. Refugia-se em vocabulário vago. Não apresenta exemplos. Em suma: não informa os seus leitores.
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